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O Coletivo Não Me Calo participou nos dias 3 e 4 de fevereiro do II Encontro de Mulheres do SindjudPE, que teve como tema “Consciência Feminista: da indignação individual à construção coletiva”. O encontro debateu temas como a invisibilidade da luta das mulheres, o apagamento das mulheres nas relações afetivas e como isso reflete nos espaços públicos, e também a importância da união das mulheres para a formação da ética feminista para fortalecimento da luta.

O Não Me Calo foi representado pela integrante da coordenação do Coletivo Tássia Tolfo, e pela integrante da Direção Colegiada e do Não Me Calo, Márcia Ferro Amaro. A escolha das representações teve como objetivo democratizar o acesso a estes espaços de luta, de construção, troca de vivências e experiências entre os coletivos.

A organização coletiva das mulheres trabalhadoras do Judiciário tem ganhado cada vez mais força dentro dos sindicatos, além do Não Me Calo, os Coletivos Valente (SC) e Flor de Mandacaru (PE), tem atuando tem estimulado que mulheres de outros sindicatos façam essa organização a partir da base e autonomia em relação às direções sindicais. 

“A participação nestes espaços nos oportunizam cruzar as fronteiras impostas pelo patriarcado, que nos tira diariamente, a oportunidade de fala e a possibilidade de participação em eventos focados na luta feminista seja pela falta de incentivo, seja pela sobrecarga de trabalho ou multiplicidade de jornadas”, destaca Tássia Tolfo.

Para Márcia Ferro Amaro, a participação no evento é importante também “na medida que escutamos as vozes de outras mulheres, de outros estado, a gente sai da própria bolha, e encontra outro olhares e saber. Isso traz um empoderamento coletivo, que era o tema do evento”.

Neste sentido, Tássia Tolfo, integrante da coordenação do Não Me Calo, ressalta o aprendizado e troca obtidos nesses espaços e ampliação da consciência feminina individual para o plano da coletividade: “que o desconforto frente às desigualdades sociais, laborais, financeiras entre homens e mulheres saia do âmbito individual e passe através do debate e da troca de experiências a  permear a coletividade que nos cerca, seja em nossas comarcas, nos sindicatos e dentro do próprio Tribunal de Justiça”.

No entendimento de Tássia e Márcia, a consciência da relevância do empoderamento coletivo das mulheres é o ponto crucial do debate feito em Pernambuco.

“Cada uma de nós tem poder, a gente não precisa se empoderar, temos força, e estamos cada vez mais presente nos espaços políticos e sociais. Então o empoderamento precisa ser coletivo, todas nós temos que andar juntas”, afirma Márcia Amaro, completando: “‘Ninguém solta a mão de ninguém’ quer dizer que nenhuma pode ficar para trás. Independente do teu local de partida é importante essa construção coletiva, em busca da equidade”.