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O Acolhe Sindjus – Coletivo de Servidores com Deficiência e Familiares  de Pessoas com Deficiência representou o Sindicato no 11º Encontro Mundial da Deficiência Visual, realizado entre os dias 1º e 5 de setembro, em São Paulo. Pela primeira vez sediado na América Latina, o evento reuniu participantes de mais de 150 países e se consolidou como um dos mais importantes espaços globais de debate sobre inclusão, autonomia, acessibilidade e igualdade de oportunidades.

Organizado pela União Mundial de Cegos e pela Organização Nacional de Cegos do Brasil, em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro e a Confederação Brasileira de Paradesportos para Deficientes Visuais, o encontro contou com uma intensa programação dividida em três grandes pilares: Congresso Técnico-Científico, Feira Internacional de Tecnologia Assistiva e Assembleia Geral da União Mundial de Cegos.

Importância da participação do Acolhe

Representando o Sindjus, a diretora do Sindicato e integrante da Coordenação do Acolhe, Cristina Mazuhy, participou do evento, apontando que foi uma verdadeira “virada de chave para um universo de possibilidades” dentro do debate anticapacitista e de inclusão no Judiciário estadual. 

Ela destacou que a presença do Coletivo abre novos caminhos “não só para as servidoras e servidores com deficiência, que poderão usufruir das formações e serviços apresentados, mas também para dirigentes e colegas sem deficiência, que passam a compreender melhor essa realidade e pensar em ações para toda a categoria em sua pluralidade”.

Cristina relatou a diversidade e a riqueza de experiências vividas durante o encontro. “Foi possível observar não apenas pessoas cegas e com baixa visão, mas também pessoas surdocegas, acompanhadas por guias-intérpretes individuais – algo muito emocionante de presenciar. Além disso, havia centenas de tradutores, rádios de tradução simultânea em todas as salas e voluntários preparados para conduzir e auxiliar em diferentes idiomas, o que garantiu um ambiente inclusivo, dinâmico e cheio de energia”, contou.

Para Cristina Mazuhy, levar o Acolhe Sindjus a espaços de formação, fala e empoderamento como o Encontro Mundial é um ganho coletivo. Ela reforçou que “é nesses ambientes que são apresentados novos recursos assistivos e tecnologias, bem como se definem rumos de políticas públicas, parcerias e cooperações entre países – elementos fundamentais para uma vida mais inclusiva dentro das organizações e no mundo”.

Novas tecnologias para a inclusão

A diretora também chamou atenção para o uso de novas tecnologias, como o NaviLens, sistema que utiliza códigos coloridos de leitura rápida para ampliar a autonomia de pessoas com deficiência visual. Ela ressaltou que o recurso já está implantado em metrôs e ônibus de cidades como Barcelona e Nova York, além de embalagens acessíveis de grandes empresas, mostrando o potencial da ferramenta para tornar as cidades mais inclusivas.

Fórum de Mulheres com Deficiência Visual

Durante o encontro, a diretora do Sindjus participou do Fórum de Mulheres com Deficiência Visual, oportunidade em que fez uma intervenção sobre a importância do concurso público e da reserva de vagas para pessoas com deficiência, especialmente para as mulheres. “O acesso ao concurso público é também uma forma empoderamento feminino através da autonomia financeira adquirida por meio dos seus vencimentos no concurso público”.

Ela cita, ainda, que através das trocas com mulheres com deficiência de outros países, como Chile, México e de tantas outras partes do mundo, foi importante para perceber que “apesar das diferenças culturais, os relatos de discriminação, preconceito e abandono são muito semelhantes aos que vivemos no Brasil”, relatou.