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A luta pela efetivação da revisão do PCCS das trabalhadoras e trabalhadores do Judiciário terá um novo capítulo a partir de agosto deste ano, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) conclui a análise do anteprojeto, que deverá iniciar sua tramitação na Assembleia Legislativa (ALRS).

Nesta terça-feira (8), o tema foi tratado numa conversa entre o coordenador geral do Sindjus, Osvaldir Rodrigues, e o deputado Jeferson Fernandes (PT), que manifestou apoio à pauta sindical e destacou o trabalho parlamentar na defesa do serviço público. O dirigente sindical enfatizou a necessidade de aprovar a proposta de revisão do plano de carreira, a fim de consolidar uma série de avanços para a categoria e manter espaço para negociações de melhorias para suas futuras versões. “O deputado Jeferson é um parceiro de longa data do Sindjus e do funcionalismo público, sabemos dos desafios da tramitação legislativa mas contamos com o apoio dos parlamentares que lutam na defesa da classe trabalhadora para tornar realidade nosso plano, que é fruto de um longo trabalho de diálogo e construção com a categoria”, pontuou Osvaldir. 

Outro assunto debatido entre o sindicalista e o parlamentar foi a concessão de privilégios aos magistrados, como a licença compensatória, que consiste em um dia de folga a cada três dias trabalhados, com possibilidade de conversão em pecúnia. “Enquanto os trabalhadores deste país estão numa luta para diminuir a escala 6×1, é inadmissível que membros dos poderes se deem ao luxo dessa licença”, declarou o deputado, que pontuou as ações que o Parlamento deverá realizar em  relação à pauta. “Várias bancadas estão se unindo para obstruir, via emenda à constituição, e outras medidas, para quer não tenha mais esta vergonha que estamos acompanhando aqui no RS e também nas Justiças em outros estados”, acrescentou.

Benefícios autoconcedidos para os membros do Poder Judiciário são, em parte, responsáveis pela imagem distorcida sobre a instituição junto à sociedade, sendo necessária a compreensão de que existe uma classe trabalhadora que não detém privilégios e que luta por valorização e reconhecimento. “É importante que se diga, no Judiciário há trabalhadores e membros, e aos trabalhadores não são concedidos privilégios. Corremos o risco de não receber sequer a reposição da inflação. Estas medidas, como as licenças compensatórias, nós consideramos um absurdo”, pontuou o diretor do Sindjus. 

O sindicato seguirá com visitas aos deputados e deputadas para dialogar sobre o plano de carreira e a luta para aprovação do projeto de revisão, além de promover junto à categoria ações de mobilização pela pauta.