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Nos últimos 22 dias morreram mais pessoas no estado do Rio Grande do Sul do que nos três primeiros meses da pandemia do novo coronavírus, sendo hoje (14) uma das regiões com a maior velocidade de contágio no país. Pelo visto, o modelo de bandeiras de Eduardo Leite, que mudam conforme as pressões políticas, não está dando certo, como alertaram as autoridades sanitárias. O RS chegou nesta terça-feira à triste marca de 1.060 mortes pela Covid-19. E amanhã (15)? Amanhã, o Tribunal flexibilizará as regras de isolamento no âmbito do Poder Judiciário com a abertura ao público externo (operadores do direito) em diversas comarcas. Este é o cenário em que infelizmente estamos inseridos, e a foice, segue afiada. 

 

Após meio ano de experiências em todo o mundo que demonstraram o perigo e a ineficiência de políticas de isolamento “controlado” ou parcial, bem como o resultado positivo das decisões de lockdown (como defendeu recentemente a Sociedade Riograndense de Infectologia), somos jogados à própria sorte no pior momento da pandemia. Apesar de discordarmos do retorno prematuro, acompanhamos no último mês o início da retomada gradual das atividades no judiciário gaúcho e evidenciamos inúmeras irregularidades, descumprimento de resoluções, riscos aumentados, e o início de uma série de casos de contágio entre colegas, que deverão fatalmente aumentar. 

 

Infelizmente, o empenho da Administração do TJ em implementar protocolos, cartilhas e inúmeras outras normativas não foi suficiente para impedir esses sérios problemas e os servidores estão sendo obrigados a arriscarem suas vidas mesmo tendo outras alternativas viáveis. Mas o que mais nos intriga, é a sugestão de que o cumprimento de uma das exigências do CNJ para a reabertura dos foros aos operadores do direito, a aferição de temperatura corporal, seja realizada por servidores com a contrapartida de um “extra” em sua remuneração. Aí vem a pergunta: quanto vale tua vida?

 

É dificílimo aceitarmos que, após 6 anos sem reposição da inflação e sem alternativas que visem melhorar a condição remuneratória dos servidores se ofereça qualquer tipo de indenização para que arrisquem suas vidas em meio a uma pandemia que já ceifou mais de 500.000 vidas em todo o planeta. A saúde e a vida da coletividade não podem se resumir a tão pouco. Lutem pela sua saúde, suas vidas e o bem estar da coletividade, denunciem abusos e irregularidades.

#EstamosTodosEmRisco