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O Sindjus/RS ocupou a Tribuna Popular da Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (5) para manifestar a irresignação dos servidores públicos com o reajuste de 6% aprovado pelo Parlamento e denunciar a falta de transparência do governo do Estado na condução da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O espaço foi utilizado pelo coordenador-geral do Sindjus, Fabiano Zalazar, na abertura da sessão plenária.

Reajuste salarial

No início de sua manifestação, Zalazar pontuou a situação de precariedade vivida pelos servidores públicos após oito anos sem recomposição dos vencimentos, com perdas salariais que representam 58,96%, sendo que no mesmo período, segundo o Dieese, a cesta básica teve um aumento de 109,62%. “Seis por cento é humilhante para quem detém mais de 50% de perdas acumuladas nos últimos oito anos”, reforçou.

Da tribuna, Fabiano Zalazar também citou os estudos elaborados pela assessoria econômica do Sindicato, que apontavam a viabilidade de conceder um reajuste linear de 10,06% ao funcionalismo. Esses estudos foram encaminhados aos parlamentares estaduais e ao Secretário Adjunto para Assuntos Político-Institucionais da Casa Civil, Bruno Pinto Freitas. O material aponta que, diferente das projeções feitas na LOA de 2022, a receita estadual teve um crescimento entre 8% a 10%, o que representa um acréscimo de mais de R$ 9 bilhões na arrecadação. No entanto, o governo Leite/Ranolfo manteve as portas fechadas para o diálogo e negociações.

Regime de Recuperação Fiscal

No dia 3 de maio, última terça-feira, data em que o reajuste foi votado, os deputados da base de sustentação do governo Leite/Ranolfo se revezaram na tribuna para dizer que era impossível conceder um índice maior que os vergonhosos 6%. Entre os argumentos, as limitações impostas pelo Regime de Recuperação Fiscal (RRF). 

Presentes à sessão para acompanhar o discurso do coordenador-geral do Sindjus, os dirigentes do CEAPE-Sindicato Josué Martins e Filipe Leiria (que preside a União Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública) reforçaram o caráter entreguista da entrada do Rio Grande do Sul no RRF.  

A deputada Sofia Cavedon (PT), saudou a manifestação feita pelo Sindjus e fez uma crítica contundente da iniciativa do Executivo, citando a falta de transparência e criticando o PLC 48, que altera o teto de gastos.  “Essa é mais uma exigência que o governo do Estado está atendendo. O estado das façanhas já está hoje sob intervenção federal”, alertou a parlamentar, questionando: “O que fará um Estado com investimentos cerceados, que não poderá fazer concursos e recompor salários?”.

Veja a manifestação na íntegra:

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