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A recente onda de invasões em sistemas de dados e sites institucionais por hackers alarmou o país e trouxe ao centro do debate um tema cada vez mais presente: a segurança digital. Nas últimas semanas, tribunais em todo o país e o próprio Superior Tribunal de Justiça (STJ) sofreram ataques cibernéticos, além de portais de prefeituras e governos estaduais. 

Os fatos ensejaram reações como o reforço de medidas de segurança no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir a realização do processo eleitoral; na semana passada, ainda, o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), anunciou a decisão de constituir um grupo de trabalho específico para tratar do tema.

No caso do STJ, a Polícia Federal foi acionada para investigar a origem e os motivos da invasão, considerada a mais grave já sofrida pela instituição. O expediente chegou a ser paralisado, com suspensão de prazos processuais e o site ficou fora do ar. A base de dados foi bloqueada e o sistema interno de emails do Tribunal foi atacado.

Também foram alvo de ciberataques recentemente o Ministério da Saúde, Controladoria-Geral da União, sistemas do Governo do Distrito Federal e o site da Prefeitura de Vitória (ES), além dos tribunais de Justiça de Santa Catarina, Pará e Rio Grande do Sul. Na maior parte dos casos, as invasões não apontam para uma ação orquestrada, mas iniciativas isoladas. Alguns ataques, entretanto, foram acompanhados de mensagens em sinal de protesto contra o Judiciário; no caso da invasão ao TJPA e TJRS, críticas relativas ao julgamento do caso de estupro contra a jovem Mari Ferrer foram deixadas pelos hackers. 

O diretor de Comunicação do Sindjus, Emanuel Dall’Bello, que desenvolve estudo junto à UFRGS na área de tecnologia e inteligência artificial no âmbito do Poder Judiciário, destaca que essas investidas acendem um alerta sobre a vulnerabilidade das instituições em suas plataformas digitais. Na avaliação do dirigente, é necessário um controle  maior sobre a segurança dos dados em órgãos públicos, incluindo critérios rigorosos na escolha e contratação de empresas de tecnologia responsáveis pela implantação e manutenção de sistemas.  “Quanto mais dependemos de estruturas tecnológicas correlacionadas em rede, menos controle temos do trânsito de dados e mais vulneráveis ficamos a perigosas intervenções. O Estado precisa evoluir muito ainda para chegar perto do controle que detêm os grandes conglomerados tecnocratas que hoje encabeçam o sistema capitalista”, aponta.

Lentidão na apuração não teve relação com ataques virtuais, explica presidente do TSE

Neste domingo (15), data em que foi realizado o primeiro turno das eleições municipais, chamou a atenção o atraso na divulgação da apuração total das urnas eletrônicas. Segundo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Roberto Barroso, o problema de lentidão foi causado por falha em um dos processadores do Tribunal, que precisou ser reparado, mas o fato não representou ameaça ao processo de apuração, que é executado nos Tribunais Regionais Eleitorais.