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Na edição desta segunda-feira (10), o Jornal Nacional voltou a atacar o funcionalismo público, explicitando que a linha ideológica da emissora não é tão distante do governo federal como tenta demonstrar. Há anos, vende-se na política e na imprensa hegemônica a ideia de que serviço público é gasto, e não investimento, como estratégia para abrir caminho às medidas ultraneoliberais que castigam os mais pobres e beneficiam os poderosos. Assim, acompanhamos a deterioração de serviços essenciais à vida e ao bem-estar da população.

Esquece a Rede Globo e suas parceiras na estratégia de ataque, que são os servidores e servidoras que colocam em prática as políticas públicas no dia a dia do povo. É na entrega entrega de justiça, educação, saúde, segurança, assistência social, e tantas outras áreas fundamentais, que se materializa na vida das pessoas o direito à dignidade e à cidadania. Esquece, ainda, que é o serviço público que tem protagonizado a resistência no combate à pandemia no país. Mesmo sem diretriz nacional para orientar seu trabalho, em total  clima de abandono e descaso, são profissionais da rede pública de saúde do país que enfrentam todas as dificuldades estruturais e imateriais para salvar vidas. 

Ao apresentar estudo tendencioso realizado por um instituto que tem Paulo Guedes – o inimigo número um do serviço público –  como um de seus fundadores, distorcendo dados e interpretando de maneira propositalmente equivocada, com conclusões obtusas, o jornalismo da maior emissora de televisão do país presta um desserviço à sociedade brasileira. E o faz justamente num momento em que se evidencia a carência de investimentos no setor público para lidar com os desafios que se apresentam na conjuntura. Alimenta a desinformação ao enquadrar todas as categorias como privilegiadas, quando deveria apontar as distorções que permitem que ao mesmo tempo em que milhares de trabalhadores em funções essenciais sequer recebam seus salários em dia, alguns poucos acumulem altos salários e penduricalhos. Por meio de falácias, estimula a tensão social e o conflito entre a classe trabalhadora, ciente de que essas rupturas favorecem apenas aos interesses dos poderosos. Nesta lógica perversa e legitimada pela grande mídia, não é de se espantar que, em pleno cenário de crise econômica e social, os super-ricos de nosso país tenham ampliado suas fortunas neste período, conforme aponta relatório da Oxfam. 

Diante de mais este ataque, é nosso dever repudiar esta investida e, de maneira conjunta com as demais categorias, resistir às tentativas de enfraquecer o funcionalismo público e a própria classe trabalhadora como um todo.