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“Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la.” A frase do filósofo irlandês Edmund Burke data do século XIX, mas permanece atual.  

No Brasil, ao que tudo indica, ainda pecamos por não conhecer – ou não entender – nossa história. Carecemos de conhecimento ou compreensão sobre nosso passado recente. Talvez tenha sido este o maior erro que nos trouxe até este momento, em que nos vemos novamente às voltas com ameaças autoritárias e um perigo real de rompimento do que sustenta o jovem e frágil Estado Democrático de Direito em nosso país. 

No dia do aniversário do golpe militar que inaugurou o período mais sombrio da nossa República, o clima é de apreensão. Os últimos acontecimentos trouxeram uma névoa de novos assombros e preocupações para quem luta pela democracia e pela liberdade do povo brasileiro. Uma aparente ruptura institucional entre presidente e Forças Armadas agrava o quadro de crise política e institucional em um contexto gravíssimo, no qual o Brasil lidera o ranking mundial de contágios e mortos pelo coronavírus. 

Acompanhamos diariamente o drama de milhares de brasileiros à espera de leitos, outros tantos chorando a morte de seus entes queridos sem ter sequer o direito a uma despedida digna. Um cenário de horror causado, em grande parte, pela ausência de condução séria da pandemia no país, medidas negacionistas, arbitrárias e mesquinhas que só fizeram agravar a situação. Enquanto os olhos do mundo estão voltados para a tragédia que o vírus instalou no Brasil, internamente as atenções do chefe de governo concentram-se em outros focos, como o absurdo de reivindicar na Justiça o direito de “celebrar” a data de hoje, a briga com generais e o incentivo à desobediência de polícias militares contra governadores. Contrárias ao interesse público e em desconexão com a realidade, essas atitudes demonstram menosprezo pela vida e violentam a memória de tantos e tantas que tombaram na luta pela democracia. 

Um país tão rico e um povo tão sofrido não merecem estar à mercê de uma aventura tirânica. Entre a dor e a revolta, nos perguntamos até quando seremos reféns dessas ameaças autoritárias, cientes de que temos o dever de resistir. É preciso lembrar do que sofremos no passado e honrar a luta dos que se foram, para evitar que o horror se repita e para que tenhamos clareza do que defender.

Não queremos reviver o pesadelo da perseguição, da opressão e do medo. Hoje, em todo o país, trabalhadores e trabalhadoras sairão às ruas para pedir vacinas, auxílio aos que precisam e também para dizer que democracia e liberdade são ideais pelos quais vale a pena lutar. Façamos nossa parte para que a História não se repita e para que o futuro seja de esperança.

Ditadura Nunca Mais!
Vida, Pão, Vacina e Educação!