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Oficial escrevente Rosane Fernandes Rehermann foi uma das vítimas do incêndio

No dia 27 de janeiro de 2013, o Rio Grande do Sul despertava atônito com as primeiras informações do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, que se tornaria a maior tragédia da nossa história. Oito anos depois do pesadelo que deixou 242 mortos e mais de 600 sobreviventes (que vivem sequelas físicas ou psicológicas), o caso permanece sem resolução.

Rosane Rehermann era oficial escrevente

Entre as vítimas estava Rosane Fernandes Rehermann, servidora da Justiça gaúcha, que trabalhava na 4º Vara Criminal da Comarca de Santa Maria. Mãe de Marília e Pedro, Rosane era oficial escrevente, atuante no Sindjus e umas das líderes sindicais da região.

Infelizmente, a impunidade ainda é a marca da tragédia. O processo foi desmembrado, as autoridades foram premiadas com cargos públicos longe de Santa Maria, cuja população marcada pela dor viu o direito de acompanhar o julgamento dos quatro réus ser negado. 

O julgamento em 1º grau, previsto para março e maio de 2020, foi adiado por um pedido de desaforamento do caso de três dos réus. Com isso, o júri foi transferido para a Comarca de Porto Alegre, e sorteado para a 1º Vara do Júri, que aguarda para fevereiro a designação de titular. Este horror já ficou impune por muito tempo. A adequada responsabilização dos culpados (seja por ação ou omissão) pela tragédia é o mínimo que se espera da Justiça.

No Sindjus, a principal sala de reuniões do prédio leva o nome de Rosane Fernandes Reherman, mas a homenagem que gostaríamos de ver, neste momento, é o julgamento e a justiça sendo feita para Rosane e as outras 241 vítimas e familiares, bem como para os 636 sobreviventes da tragédia.