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O Coletivo de Mulheres do Sindjus realizou, nesta sexta-feira (18/6), a primeira Roda de Conversa após a criação do Coletivo. Com a participação da médica do Trabalho Jane Reos, e da psicóloga Thiele da Costa Müller Castro, o encontro virtual foi um espaço de trocas e também de fortalecimento das lutas das mulheres do Judiciário no enfrentamento ao machismo estrutural.

O bate-papo abordou também temas como os padrões impostos pela sociedade, feminismo, cuidados da saúde mental  e uso das tecnologias no trabalho, especialmente no contexto da pandemia. Neste sentido, as convidadas destacaram a importância das mulheres manifestarem a opinião e não se calarem diante das situações de machismo e opressão, e que uma das formas é a ocupação dos espaços políticos. 

“É preciso ter atenção para acabarmos não perdendo a identidade, na medida que ficamos uma vida inteira presas aos roteiros e perspectivas socialmente ditadas”, alertou Maiz Junqueira, assistente social na Comarca de Guaíba e integrante da Direção Colegiada e do GTASS. 

Durante a reunião, diversas participantes citaram as dificuldades tecnológicas da conjuntura, seja pelo excesso de tempo de tela ou da adaptação ao home office imposta pelo contexto pandêmico. “É uma rotina completamente diferente da que se vivia, e ocorreu de forma abrupta. Na verdade, ninguém sabe como deve agir, estamos todos aprendendo”, afirmou Raquel Plucani, oficial escrevente na Comarca de Porto Alegre e secretária-geral do Sindjus. 

Em relação à pandemia, na avaliação da oficial escrevente de São Lourenço do Sul Clarissa Corrêa Ribeiro Queiroz, o déficit de servidores dificultou o revezamento, obrigando muitos deslocamentos ao Foro, mesmo nos momentos mais críticos da crise.

Já a servidora Kátia Helena Gazzola Machado, que atua na Comarca de Passo Fundo, apontou dificuldade em relação ao atendimento telefônico, citando que precisou delimitar horários de atendimento, e a falta de intervalos no home office. O mesmo tema foi pontuado por Vera Solange Correa, oficial escrevente de São Leopoldo: “ocorrem muitos fatos extra expediente definido pelo TJ, o que denota a falta de orientação e também uma melhor definição de trabalho a ser desenvolvido de forma remota”, relatou.

A importância de um olhar atento para as questões tecnológicas também foi lembrada pela servidora aposentada Olivia Longhi, que mesmo estando nos Estados Unidos, fez questão de participar do encontro e trazer contribuições.

Sobre o uso da tecnologia, a psicóloga Thiele Muller alertou sobre a importância de desenvolver uma relação saudável, em que se utilize os benefícios, mas “com capacidade de impormos os limites, pois desta forma é que também estabelecemos uma rotina a todos que dependem do trabalho remoto”.

A reunião contou com a presença das diretoras Janete Togni, que conduziu o encontro, Rosa Junges, que fez a abertura e diversas contribuições ao debate, e Joseane Bronizaki.

Próxima reunião

O próximo encontro do Coletivo de Mulheres será na próxima sexta-feira (25/6), às 9h. A Roda de Conversa terá como tema a importância da organização sindical das mulheres e contará com a presença de Carol Costa, dirigente do Sinjusc e uma das fundadoras da Valente, coletivo de mulheres do sindicato catarinense.